quinta-feira, 18 de julho de 2013

O espelho

Uma folha é uma folha
um corpo jamais deixa de ser corpo
e o reflexo do objeto não é o próprio objeto.
Por que aquele ser está estampado
na cegueira do vidro?
Seus movimentos são inversos
e se projetam na mesma velocidade com que os faço.
É desconhecido esse outro dentro de mim
esse que é aquele e faz de sua arte a dúvida,
e tem suas concavidades espalhafatosas
distorcendo o que é real.
É alheio aquele mundo. Recluso e convexo
fechando a eternidade em pontos de luz
que nos enganam, como o eterno infinito.

2 comentários:

  1. Você está cada vez melhor, Ronaldo, continue sendo um dos meus poetas favoritos.

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  2. Muito obrigado Haddad. Agradeço pelo apoio

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