sexta-feira, 5 de abril de 2013

Morrer no mar

Quando morrer
quero que meu corpo,
meus olhos,
minha juventude
sejam levados para o mar.
Jogados ao infinito
onde o silêncio se esconde
e a solidão encontra-se sozinha.

Quero que me joguem e meu corpo afunde
em busca de estrelas, flores
e do azul profundo conhecido pelos heróis.
Porque o mar é o segredo e o mistério
onde a lua reflete e cintila
o véu azulado da glória estendido
os pontos de luz como candeeiros
e as noites claras com o brilho negro de Iaocá
Peço que me joguem ao mar
e minhas lagrimas se fundam ao sal
que minha pele se desfaça no calor das águas
velejando por todo mundo
em jangadas, saveiros e ritmos secretos.

Quando morrer
não me importará mais a idade
o sexo, as cabrochas
Se o que fiz
não foi o que fui.
Só me importará
que meu corpo,
meus olhos,
minha juventude
sejam levados para o mar.